O Observatório ODS 18 participou na sexta-feira (21/03) do lançamento da 4ª Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CONEPIR), promovida pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia (SEPROMI). Com o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”, o encontro teve como objetivo fortalecer as políticas estaduais voltadas à igualdade racial e aos direitos dos povos e comunidades tradicionais no Brasil.

O lançamento ocorreu no Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial e Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé e reuniu representantes de universidades, movimentos sociais, blocos afros, afoxés, povos de religiões de matriz africana, comunidades indígenas e quilombolas, além de membros do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), do Conselho Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPECT) e do Conselho Estadual dos Direitos dos Povos Indígenas (COPIBA). Também contou com a presença de vereadores(as), secretários(as) e gestores(as) municipais e estaduais. Segundo a SEPROMI, mais de 600 pessoas participaram da cerimônia de abertura.

A abertura da conferência contou com a participação do professor Kabengele Munanga, antropólogo especialista em antropologia da população afro-brasileira e estudioso da questão do racismo no Brasil. Em sua palestra, Munanga trouxe reflexões profundas sobre as políticas de igualdade racial no país, abordando desafios e avanços necessários para a promoção da justiça racial. Em entrevista, Munanga destacou a importância das políticas públicas no enfrentamento ao racismo e afirmou que “só através de políticas públicas de promoção da igualdade que se reduzem essas desigualdades com as quais convivemos”.

A coordenadora do Observatório ODS 18, professora Maria do Carmo Rebouças, também teve a oportunidade de destacar o Objetivo de Igualdade Étnico-Racial. Em sua fala, citou Abdias Nascimento reforçando que a questão racial no Brasil é uma pauta nacional e que o desenvolvimento sustentável deve incluir toda a população brasileira. Ao finalizar, reforçou a importância de aliar políticas públicas à sustentabilidade. “Coloco aqui o Observatório à disposição para participar das conferências, onde teremos uma mesa para falar sobre o ODS 18 e mostrar como é possível planejar e formular políticas públicas alinhadas a esse repertório internacional de desenvolvimento sustentável”, disse.

A realização da conferência em Salvador (BA), reconhecida como a cidade mais negra fora da África, reafirma a necessidade de celebrar conquistas na luta por equidade, ao mesmo tempo em que destaca os desafios ainda existentes para a reparação histórica e a justiça racial no Brasil.